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Polícia investiga imóvel de mulher presa por maltratar mais de 200 cães

Voluntários encontraram corpos de cães em covas rasas. Maria Inês Demeterco foi presa na última quinta (19), mas pagou fiança e foi liberada; ela disse que agiu por amor.



A Polícia Civil investiga um cemitério clandestino de animais no imóvel da mulher presa por manter mais de 200 cachorros em situação de maus-tratos em Curitiba. Corpos de cães foram encontrados em covas rasas no local.


Maria Inês Demeterco era monitorada pela prefeitura da capital há pelo menos nove anos. Ela deixou a cadeia após pagar fiança na sexta-feira (20).

Segundo voluntários, eles perceberam a situação quando foram puxar uma sacola que apareceu e encontraram o corpo de um cachorro.


Na última quinta (19), uma operação resgatou 223 animais da residência dela no bairro São Lourenço. Eles estavam sem comida, água e, segundo a polícia, alguns não sabiam andar por viverem há anos dentro de caixas de transporte.


A prefeitura informou que a Rede de Proteção Animal de Curitiba possui um programa de monitoramento de pessoas que cuidam de um número excessivo de animais e que Maria Inês era uma delas.


Ainda conforme o município, ela comprovava os investimentos em alimentação e cuidados médicos dos animais "apesar do espaço, realmente, não ser o ideal para a quantidade abrigada".


A defesa da mulher afirmou que ela pediu socorro à Prefeitura de Curitiba várias vezes, sempre informando o estado real do canil.


A prefeitura confirmou ter recebido os pedidos de ajuda e disse ter atendido às solicitações, promovendo atendimentos clínicos básicos, vacinação, microchipagem, castração e fornecimento de ração.


Além disso, disse que, em nove anos, recebeu várias denúncias de vizinhos, mas que a mulher nunca aceitou doar os animais.


O município afirmou ainda que uma ação judicial fez com que Maria Inês perdesse parte do patrimônio, agravando a situação dos animais.


Em depoimento à polícia, a mulher reconheceu que os animais estavam magros, mas afirmou que estava passando por problemas financeiros, o que dificultava a compra de ração suficiente.


Desde o dia do resgate voluntários trabalham no local. Eles são responsáveis por cuidar do espaço, escovar e dar carinhos para os animais, entre outras atividades.


"A emoção toma conta de todo mundo em primeiro lugar. O amor toca no coração de ver o cãozinho ali sofrendo. Muitos deles nunca tinham visto a luz do dia, então choca, né", afirmou a voluntária Mayara Moraes.


Os cães resgatados estão sob responsabilidade do Instituto Fica Comigo, uma organização sem fins lucrativos que atua na proteção de animais.


A ONG informou que eles estão passando por atendimento veterinário e serão disponibilizados para adoção responsável. A maior parte deles, segundo o Instituto, está castrada e vacinada.


Vinte animais já foram encaminhados para novas famílias. Interessados em ajudar ou adotar podem entrar em contato através das redes sociais: @institutoficacomigo_.


Fonte/foto: G1. globo



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