Foto: Gabriel Rosa/AEN
A Copel produziu nesta semana, em fase de testes, as primeiras moléculas de hidrogênio renovável a partir de uma estrutura montada na sede da empresa, em Curitiba. A iniciativa é fruto de um projeto desenvolvido no programa de inovação aberta Copel Volt, que selecionou cinco startups para criar soluções que atendam os principais desafios da Companhia no cenário de transição energética.
A startup selecionada para trabalhar nesta frente é a Solenium, de origem colombiana, que desenvolve tecnologias e propõe soluções acessíveis para geração, monitoramento e controle energético.
“A elaboração desse primeiro teste envolveu equipes de diversas áreas da empresa, o que foi fundamental para potencializar as possibilidades da solução e contribuir para a implantação de mais um projeto de baixo carbono, de acordo com o planejamento estratégico da empresa para os próximos anos”, afirmou Cássio Santana da Silva, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Copel.
O diferencial da solução apresentada pela Solenium é a utilização de sistemas próprios de monitoramento e de maximização da eficiência energética dos módulos fotovoltaicos. De acordo com a startup, hoje no Brasil entre 50% e 70% do custo de produção do hidrogênio renovável é a energia elétrica utilizada, fazendo com que a produção seja até cinco vezes mais cara do que obter petróleo. A solução apresentada pela Solenium pode levar a uma produção de hidrogênio 5% a 10% mais barata.
Além do custo menor, a produção de baixo carbono é outro grande motivo para a escolha desse modo de produção. Na obtenção do hidrogênio por eletrólise, o elemento é separado do oxigênio da molécula de água por meio de um processo químico utilizando corrente elétrica. Quando a eletricidade usada vem de fontes renováveis, como a fotovoltaica, se denomina o produto resultante de “hidrogênio renovável ou de baixo carbono”, em contraposição ao hidrogênio obtido a partir de fontes fósseis, rota responsável por aproximadamente 90% da produção global de hidrogênio.
TENDÊNCIA – O hidrogênio renovável é considerado o combustível do futuro. Os projetos nessa área ainda estão em fases iniciais, mas apresentam grande capacidade de aplicação e expansão. As trocas entre as equipes da Copel e da Solenium foram essenciais para o planejamento de ações e apoio técnico para o alinhamento operacional desta parceria.
“Um projeto como este abre possibilidades importantes em um mercado que deve receber cada vez mais atenção. As parcerias junto às startups, por meio do Copel Volt, contribuem para o fortalecimento desse mercado promissor e demonstram o compromisso da Copel em inovar e promover a sustentabilidade”, afirmou o superintendente de Negócios de Gás Natural, Biomassa, Serviços e Inovação da Copel, Carlos Diego Do Valle Pedroso.
A empresa tem outras iniciativas para a produção de hidrogênio renovável, como a chamada pública da Copel Geração e Transmissão para projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de novas tecnologias relacionadas à produção de hidrogênio de baixo carbono oriundo de biomassa, biocombustíveis e outros resíduos de natureza orgânica, realizada em 2023. Serão destinados até R$ 7,6 milhões para projetos contemplados.
A Companhia também está participando de iniciativa em conjunto com a Sanepar para a produção de hidrogênio renovável a partir do biogás oriundo do tratamento de esgotos sanitários.
HIDROGÊNIO RENOVÁVEL – O hidrogênio é o elemento químico mais abundante na natureza. Ele possui diversas aplicações, desde ser usado como combustível até como matéria-prima e insumo industrial e é classificado como renovável ou de baixo carbono quando sua obtenção é realizada a partir de transformações químicas de biomassa, etanol e biogás, ou a partir da eletrólise da água que utilize fontes renováveis de energia, em que não há a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera.
Hoje, o gás ainda é produzido usando principalmente insumos fósseis e fontes de energia não renováveis e poluentes, o que está começando a mudar. O hidrogênio renovável é visto como alternativa eficiente para descarbonização de setores nos quais a redução da pegada de carbono é difícil, como o siderúrgico, de produção de ferro e cimento e de transporte aéreo e naval.
Fonte:AEN
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